A população idosa está crescendo a cada ano e nós somos parte dessa evolução. Quem não respeita essa fase da vida, não reconhece a construção do passado e não zela pelo próprio futuro.
Infelizmente,
a cada duas horas, no Rio Grande do Sul, um crime é cometido contra uma pessoa
idosa, em média, de acordo com informações da Secretaria Estadual de Segurança
Pública.
A
violência a qualquer pessoa, por si, já é algo condenável, mas quando ela se
volta contra quem tem a capacidade reduzida para se defender, torna-se
ainda mais desprezível, especialmente quando o autor do crime é quem tem o
dever de cuidar. As pessoas com mais de 60 anos também são maioria entre as
vítimas de golpes financeiros, que podem ter consequências devastadoras, tanto
financeiras quanto emocionais.
Essa
condição nos desafia a tratar desse assunto do qual as pessoas ainda conversam
pouco, talvez por acreditarem que o tema não diga respeito diretamente a elas. O
próximo domingo, 15 de junho, marca o Dia Mundial de Conscientização da
Violência Contra a Pessoa Idosa, data instituída pela Organização das Nações
Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa.
Aqui no
Brasil, a Lei 10.741/2003, que institui o Estatuto da Pessoa Idosa, representa
um grande avanço para a nossa sociedade, consolidando-se como instrumento de
combate aos vários tipos de violência sofridos por cidadãs e cidadãos com mais
de 60 anos: negligência, violência física, abuso financeiro ou material,
violência psicológica, abuso sexual e abandono. Em muitas ocorrências, a pessoa
idosa não conhece a lei e não tem consciência do crime cometido contra ela, o
que torna a nossa responsabilidade ainda maior e decisiva na erradicação dos
maus-tratos a essa camada vulnerável da população.
Temos
trabalhado pela divulgação do Estatuto, por acreditar que a informação ainda é
a melhor forma de prevenir e combater todos os tipos de agressão e abuso contra
esse grupo social. Mas ainda precisamos encontrar caminhos para que a
informação chegue também à pessoa idosa e que haja um despertar por parte de
jovens e adultos, uma consciência coletiva de que nós temos responsabilidade
sobre aquela vida – e que a nossa omissão nos faz cúmplices.
Se você
tem conhecimento de casos de qualquer tipo de violência contra uma pessoa
idosa, não se cale. Não seja um criminoso também! Denuncie, converse com sua
família e com todos ao seu redor. Enfrentar esse crime covarde é missão de
todos nós.
(Edição de 11 de junho de 2025, jornal Correio do Povo, Editoria Opinião, p. 2)
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