sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Noroeste do Estado

Comissão de Piscicultura conhece trabalho realizado no Campus da UFSM de Palmeira das Missões

Sergio Peres foi recebido pelo coordenador do Laboratório de Piscicultura, Rafael Lazzari 

O presidente da Comissão Especial para tratar da Cadeia Produtiva da Piscicultura no RS, deputado estadual Sergio Peres (Republicanos), esteve na Região Noroeste do Estado nesta sexta-feira (20) para conhecer o trabalho realizado nas áreas de pesquisa e extensão pelo Laboratório de Piscicultura do Campus de Palmeira das Missões da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

A estrutura local e as principais iniciativas da instituição foram apresentadas pelo coordenador do Laboratório de Piscicultura, Rafael Lazzari e pelo vice-diretor do Campus, Daniel Sganzerla Graichen.

Os professores mostraram as instalações do Laboratório de Técnica Dietética; Laboratório Sensorial – onde são realizados testes de aceitabilidade de pratos; Laboratório de Zoologia e Ecologia; Laboratório de Genética Evolutiva; de Bromatologia e de Bioquímica, além dos sistemas de recirculação de água. Os locais e equipamentos são destinados a aulas práticas e experimentos para projetos de conclusão de cursos de graduação e de pós-graduação, além de servirem para a realização de cursos de extensão que atendem a comunidade regional. “A existência do campus na Região Norte diminui o percurso entre o conhecimento produzido e a comunidade, o que muitas vezes é um desafio para as instituições. Também serve de forma mais ágil e eficaz ao desenvolvimento regional, ao mesmo tempo em que forma profissionais”, relata Graichen.

Com atenção ao produto final da cadeia, o complexo de laboratórios do campus de Palmeira das Missões está preparado para oferecer cursos e atividades diversas, como oficinas sobre pratos com peixes para merendeiras de instituições de ensino. Lazzari alerta para a falta de ômega 3 e de ômega 6 na alimentação humana, problema já constatado em estudos, o que afeta o aprendizado de alunos de Ensino Fundamental. “É possível reverter essa condição inserindo o peixe na mesa da população. Nós precisamos alimentar bem as nossas crianças, e é nessa convicção que se sustenta a piscicultura”.

Segundo o professor do Departamento de Zootecnia e Ciências Biológicas da UFSM, o Laboratório de Piscicultura já estabeleceu algum tipo de parceria com mais de 700 produtores do estado. Lazzari aponta três prioridades assumidas pela instituição com esse público: a assistência técnica, a atenção à nutrição (de acordo com ele, a qualidade da ração pode responder a 70% dos custos de produção) e as atividades de capacitação. “A assistência serve a toda a cadeia produtiva. Aquele produtor que conta com esse auxílio institucional terá um diferencial no custo de produção, o que também colabora para diminuir o preço de mercado”,observa o professor.

Lazzari ressalta a importância do amparo das instituições ao produtor e sublinha a necessidade de investimento para que a economia gaúcha possa usufruir do potencial da tilápia para a fabricação da própria ração.“Obtemos uma média de 32% a 38% de filé por unidade. Mas é preciso lembrar que 52% se constitui em resíduo que pode ser utilizado na fabricação de ração, sem contar o uso da pele da tilápia para produtos de uso medicinal em queimaduras, o que garante o aproveitamento quase integral do peixe”, projeta.

Em funcionamento desde 2006,o Campus da UFSM de Palmeira das Missões já formou aproximadamente 1.500 alunos nos cursos de Zootecnia, Ciências Biológicas, Enfermagem, Administração, Ciências Econômicas e Nutrição. Vinculado ao Curso de Zootecnia, o Laboratório de Piscicultura foi criado em 2009, servindo não só aos cursos de graduação em áreas afins, como também às atividades de alunos de Mestrado em Agronegócio e Zootecnia.

No conjunto de demandas a serem atendidas, Lazzari lembra que a instituição pode contribuir para a realização de tipos diversos de certificação (sanitária, genética e residual), não só visando à exportação, como também para o mercado interno. “Exportar exige o cumprimento de normas legais, mas precisamos lembrar que o nosso consumidor, nos dias de hoje, não só tem direito, como também quer conhecer a origem do alimento que está comprando”, constata.

Sergio Peres firmou compromisso da Comissão em viabilizar a realização de projetos com a comunidade regional e, de forma específica, assegurar o diálogo das instituições com o poder público para diminuir entraves às iniciativas acadêmicas. “Todo conhecimento gerado nas universidades precisa convergir em ganhos para a sociedade, e nós temos condições de acelerar esse processo, especialmente em função das populações mais necessitadas. Temos uma produção científica vigorosa e um trabalho já reconhecido em extensão realizado pelas instituições de ensino superior, mas o poder público precisa fazer a sua parte para garantir um ambiente que permita a execução dos projetos”, avalia o parlamentar.

Criada em julho deste ano, a CECAPI tem como vice-presidente Ruy Irigaray (PSL) e o deputado Zé Nunes (PT) como relator. Também integram o colegiado os deputados Elton Weber(PSB), Clair Kuhn (MDB), Fernando Marroni (PT), Ernani Polo (PP), Aloísio Classmann (PTB), Faisal Karam (PSDB), Paparico Bachi (PL), Neri, o Carteiro (Solidariedade) e Gaúcho da Geral (PSD).

No mesmo dia, Sergio Peres esteve em Passo Fundo conhecendo o Centro de Extensão e Pesquisa Agropecuária (Cepagro) da UPF e, no sábado, foi realizada visita técnica à Fazenda Santa Fé, no município de Coxilha.

Fonte: Jorn. Karine Bertani - MTE 9.427 | Assembleia Legislativa

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