terça-feira, 28 de abril de 2020

Deputados ouvem estudantes sobre atividades durante período da suspensão de aulas

Reunidos por meio de videoconferência, nesta terça-feira (28), deputados da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa ouviram o relato de representante das entidades estudantis a respeito do alcance e qualidade das atividades remotas da rede estadual de ensino durante a pandemia do Covid-19.

Os parlamentares também questionaram a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e o Conselho de Educação sobre o cumprimento da carga horária e a qualidade das atividades domiciliares. Outro ponto inquirido pelos deputados se refere a entrega de cestas básicas para os alunos da rede escolar.


A presidente da Comissão, deputada Sofia Cavedon (PT), anunciou os encaminhamentos da videoconferência. Entre eles destacam-se o adiamento do Enem; informações sobre o monitoramento das atividades domiciliares e o planejamento para a volta às aulas.

Estudantes

Em seus relatos os representantes estudantis foram unânimes em destacar a dificuldade de acesso à Internet de grande número de alunos da rede pública de ensino. Conforme a vice-presidente da UNE, Regina Brunet, a estrutura social existente na maioria das casas dos estudantes levam ao afastamento das atividades escolares. "Há estudantes que cuidam dos irmãos menores e muitos cumprem tarefas domésticas", ilustrou.

As diferenças entre alunos das escolas particulares e públicas é outra questão levantada pelos estudantes que remete ao adiamento do Enem. Gerusa Pena, da UEE, considera um absurdo o MEC manter o calendário de 2020. "Com toda a dificuldade de absorção de conteúdo e com a diferença entre escolas, como poderá ser feita uma avaliação sem ser cometida uma injustiça ", questionou. Gerusa também falou sobre a entrega de cestas básicas e dificuldades dos estagiários em receber a bolsa/auxílio.

Outra preocupação dos líderes estudantis é a respeito da garantia da aplicação dos conteúdos didáticos. Vitória Cabrera, da Umespa, pediu transparência nas ações da Seduc e Alejandro Guerrero, da Ubes, questionou sobre a recuperação das aulas.

O representante da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Silvio Zomer, afirmou que a primeira preocupação da secretaria é preservar vidas. Ele lembrou que a suspensão das aulas corresponde a 20 dias de aulas, mas disse acreditar que os alunos devem permanecer em casa no mês de maio. Conforme ele, a Seduc está em tratativas com a TVE e a plataforma Google Educacion para transmissão de aulas, dependendo de possível acordo com as empresas de transmissão de dados para gratuidade do serviço. Sobre as cestas básicas, Silvio garantiu que já foram distribuídas no início de abril e que foram compradas mais 185 mil para serem entregues à comunidade.

Márcia Carvalho, vice-presidente do Conselho de Educação, destacou as normativas e os pareceres existentes sobre a suspensão das aulas, atividades domiciliares e seu monitoramento durante o período da pandemia.

O representante do Cpers, Edson Garcia, lamentou que neste período, o governo tenha resolvido fazer corte nos salários dos servidores estaduais. Ele também defendeu o adiamento do Enem.

Participação

Participaram da videoconferência as deputadas Sofia Cavedon (PT), presidente, Luciana Genro (PSOL), Issur Koch (PP), Gabriel Souza (MDB), Sergio Peres (Republicanos), Silvana Covatti (PP), Gaúcho da Geral (PSD), Ruy Irrigaray (PSL) e Fernando Marroni (PT).

Agência de Notícias - Foto: Reprodução / ALRS

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.