Os desafios para promover a cadeia produtiva da apicultura e meliponicultura pautaram reunião, nesta terça-feira(6) entre o deputado estadual Sergio Peres (Republicanos) e integrantes da Associação de Meliponicultores do Eixo Sul (Amelsul), que representa Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná na criação de abelhas nativas sem ferrão.
Marcelo Passos, Leonardo Mello e Viriato Dutra estiveram no gabinete do parlamentar apresentando a entidade, que hoje congrega aproximadamente 450 associados. A comitiva destacou o potencial econômico do segmento e expôs os principais entraves aos produtores e também às pessoas que desejam começar a atividade.
De acordo com Dutra, a meliponicultura não conta hoje com legislação própria, embora seja reconhecida como uma alternativa rentável para as famílias do campo. Ele destaca o protagonismo dos criadores no desenvolvimento econômico, social e ambiental de suas regiões. “Somado a isso, é uma atividade relativamente fácil de ser colocada em prática, pois não exige cuidados intensivos. E também porque o criador não necessita de altos investimentos para construir o seu meliponário”, observa.
Outra vantagem da criação da abelha sem ferrão é a possibilidade de ampla utilização com públicos diversos. A Amelsul realiza atividades educacionais em escolas e a meliponicultura também está mostrando resultados satisfatórios como terapia ocupacional em instituições que atendem pessoas idosas.
Atualmente, a força propulsora do setor é a reprodução e venda de colmeias, correspondendo a 80% dos rendimentos. “Hoje a meliponicultura não consta como classificação de atividade empresarial. Por esse motivo, o produtor que ingressa no ramo acaba registrando a apicultura como atividade da empresa”, relata Mello.
Para o registro, o interessado faz um percurso que inicia com o cadastramento na Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA), passando pela inspetoria veterinária até a prefeitura. “No entanto, nem todo município está preparado para acolher as demandas dos nossos criadores, começando pela inclusão no sistema. Ainda que a atividade seja antiga e consolidada em muitas propriedades, em vários casos a meliponicultura representa uma novidade para os agentes públicos”, avalia Passos.
Dados da Emater apontam quase 300 meliponicultores regularizados no Rio Grande do Sul, mas a entidade estima que 17 mil pessoas atuem na área. Ao assegurar seu apoio aos produtores, Sergio Peres anunciou o planejamento de ações de mandato para o ano de 2023 voltadas ao debate com os elos da cadeia produtiva para o desenvolvimento do setor. Também participaram da audiência os assessores parlamentares Roque Bakof e Eder da Costa.
Evento na Assembleia Legislativa
Até o dia 9 de dezembro, o Espaço Deputado Carlos Santos, na entrada do Palácio Farroupilha, recebe exposição referente 1ª Semana da Meliponicultura de Porto Alegre. Na sexta-feira, a Assembleia Legislativa sediará, a partir das 14h, o 1º Encontro Regional de Meliponicultura.. A promoção é da Associação dos Meliponicultores do Eixo Sul.
Sobre a meliponicultura
Meliponicultura é a atividade de criação de espécies de abelhas sem ferrão, também conhecidas como abelhas indígenas, abelhas nativas ou meliponíneos. Tem como objetivo a produção de mel, própolis, pólen, resinas, além da produção e multiplicação de colmeias. O trabalho resulta na venda de enxames, melhora na polinização das plantas, preservação das espécies e conservação da biodiversidade. (Fonte: Associação Brasileira de Estudos das Abelhas)
Jorn. Karine Bertani MTE 9427 | Assembleia Legislativa
Foto: Claudinho Viana
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