Prezados amigos e amigas, convido vocês à leitura do artigo de minha autoria publicado na edição de hoje do Correio do Povo.
O 15 de junho marca o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa no ano de 2006. Dados do Disque 100 revelam que, só no primeiro semestre deste ano, mais de 33,6 mil casos de violações de direitos humanos foram registrados contra pessoas com mais de 60 anos de idade em nosso país. Infelizmente, são números que não correspondem à realidade, pois se estima que a maioria dos casos não estejam registrados. A data é importante para chamar todos nós a tratar desse assunto do qual as pessoas ainda conversam pouco, talvez porque acreditem que o tema não diga respeito diretamente a elas. Mas a população idosa está a cada ano maior e nós somos parte dessa evolução. Quem não cuida dos idosos não tem respeito pelo que já foi construído no passado e não zela pelo próprio futuro.
A Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003, que institui o Estatuto do Idoso, foi um grande avanço para a nossa sociedade, consolidando-se como instrumento de combate aos vários tipos de violência sofridos pela pessoa idosa: violência física, psicológica, abuso financeiro ou material, abuso sexual, negligência e abandono. Em muitas ocorrências, o próprio idoso não tem consciência do crime cometido contra ele, o que torna a nossa responsabilidade ainda maior e decisiva na erradicação dos maus-tratos a essa camada vulnerável da população. Tenho trabalhado pela divulgação do Estatuto do Idoso, por acreditar que a informação ainda é a melhor forma de prevenir e combater todos os tipos de agressão e abuso contra esse segmento da população. Todavia, é preciso ponderar que o próprio idoso não conhece a lei. Por esse motivo, precisamos encontrar um caminho para que a informação chegue também a ele e que haja um despertar por parte das pessoas, uma consciência coletiva de que nós temos responsabilidade sobre aquela vida – e que a nossa omissão nos faz cúmplices. Se você tem conhecimento de casos de violência contra o idoso, não se cale. Não seja um criminoso também. Disque 100 e faça a sua parte no combate a essa forma covarde de violência.
Correio do Povo - Edição de 15/06/2021 | Editora Opinião, página 2
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