O presidente da Comissão Especial de Apicultura e Meliponicultura, deputado estadual Sergio Peres (Republicanos) esteve no município de Porto Xavier nesta sexta-feira (17) para conhecer o “Abelhas não fazem mal, fazem mel” instituído pela prefeitura local na Escola de Ensino Municipal Machado de Assis.
O retorno às aulas presenciais no período pós-pandemia reservou uma
surpresa a professores, funcionários e alunos da instituição de ensino do
município que faz fronteira com a Argentina. Durante as atividades, era comum
deparar com abelhas alojadas em árvores, muros e também no alicerce do prédio
do educandário, na localidade de Ponte Pindaí.
Mas a reação de todos foi na contramão da forma com que a maioria das
pessoas respondem. Por medo e desconhecimento, é comum o extermínio de enxames
e até mesmo o corte das árvores, na tentativa de garantir o sumiço dos temidos
insetos.
Curiosos para conhecer melhor as novas hóspedes da escola, eles
descobriram que a sede da instituição abrigava abelhas-sem-ferrão, da espécie
jataí. E não ficaram satisfeitos em saber só isso. Desse encontro nasceu em
2021 o projeto “Abelhas não fazem mal, fazem mel”. A escola incentivou a
pesquisa sobre a espécie e firmou parceria com o programa “A união faz a Vida”,
da agência do Sicredi do município.
No mesmo ano, o projeto lançou cartilha informativa sobre as abelhas, sua
importância para a manutenção da vida no planeta, reprodução, construção de
ninhos, técnicas de produção de iscas para capturar enxames como proteger o
ninho contra os inimigos naturais, entre outras informações. A publicação foi
distribuída aos alunos, que passaram a levar para casa as iscas confeccionadas
na escola. “Foi um sucesso. Em poucos dias, já tínhamos alunos mostrando
enxames capturados, o que trouxe para nós o desafio de arranjar abrigo para
essas abelhas”, conta o diretor Vanderlei Lenhardt, que elaborou o plano
orçamentário para concorrer ao Fundo Social do Sicredi. A aprovação garantiu a
aquisição de caixas para os alunos, além de uma marcenaria, com ferramentas e
madeira para a confecção de novas moradas para a jataí.
“Há um objetivo maior, que é colaborar para a manutenção e preservação
das abelhas e, consequentemente, do meio ambiente. Mas isso também passa pelo
ensino sobre a nossa diversidade e a geração de renda para as famílias”, conta
Lenhardt. Neste ano, o projeto se fortaleceu com o apoio do programa Integra,
desenvolvido pela Prefeitura do município, ampliando o foco da atividade para a
geração de renda. “Buscamos o acompanhamento pleno dos alunos e também de suas
famílias, com assistência social, auxílio espiritual, oficinas de capacitação,
aprimoramento da rede de ensino – e a educação ambiental faz parte desse conjunto
de ações”, relata o prefeito Gilberto Menin.
Os alunos já confeccionam iscas e essências de captura e coletam o mel.
É também por meio do projeto que eles já aprenderam na escola a produzir bolos,
biscoitos e balas de mel. As atividades são desenvolvidas com alunos do
pré-escolar até o 9º ano do ensino fundamental. Os estudantes das últimas
turmas produzem iscas e caixas para abrigar as colmeias. Na educação infantil,
as crianças confeccionam peças temáticas de abelhas com material reciclável,
ouvem histórias, participam de sessões de cinema com direito a pipoca com cobertura
de mel.
O projeto envolve todos os 187 alunos da escola, que multiplicam a ideia
em casa. “Se considerarmos uma média de três pessoas por família, podemos dizer
que são abrangidas 561 pessoas de forma direta”, observa Lenhardt.
Polinizar a
informação
As atividades envolvem as famílias também. Sandro é pai de Lucas, aluno do 8º ano, e acompanha as tarefas desde o início do projeto. “O envolvimento das famílias nesse processo é muito positivo para a conscientização da comunidade, além de cooperar para o sucesso dos alunos, que aprendem uma atividade nova e benéfica ao meio ambiente, ao invés de passar o tempo na frente das telas do celular, situação frequente entre os adolescentes no dia de hoje”, avalia. A mãe, Angela, concorda: “O Lucas leva a atividade para casa e nós também estamos aprendendo. A gente vê ele muito empenhado. Como mãe, me sinto orgulhosa pela dedicação a essa causa”, comemora.
Sobre a Comissão
As comissões especiais da Assembleia Legislativa se enquadram na condição de comissão temporária. A Comissão Especial de Apicultura e Meliponicultura tem, portanto, 120 dias para cumprir o cronograma de atividades, formular o relatório final a ser aprovado em plenário e encaminhar as proposições convencionadas ao Poder Executivo Estadual, Governo Federal e órgãos de regulação.
Composição
São titulares da comissão os deputados Sergio Peres (Republicanos), que preside o colegiado; o vice-presidente Elton Weber (PSB); o relator Cláudio Tatsch (PL); Airton Artus (PDT); Airton Lima (Podemos); Dr. Thiago Duarte (União Brasil); Elizandro Sabino (PTB); Frederico Antunes (PP); Gaúcho da Geral (PSD); Issur Koch (PP); Professor Bonatto (PSDB) e Zé Nunes (PT).
Com informações da direção da EMEF Machado de Assis
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