Os deputados gaúchos participaram, nesta segunda-feira (18), de encontro virtual com representantes de universidades comunitárias gaúchas que reivindicam linha de crédito emergencial como forma de enfrentar a crise financeira gerada pelo coronavírus. O encontro também contou com a participação de diretores do Banrisul, Badesul e BRDE. A principal decisão foi a criação de um grupo de trabalho para estruturar uma linha de apoio às instituições de ensino.
Antes da fala principal do encontro, do presidente da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Carlos Ivan Simonsen Leal, o presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo, abriu a reunião apresentando os participantes e destacando a importância de se construir soluções de apoio neste momento de dificuldade. Já Leal fez relato da transformação da Fundação Getúlio Vargas ao longo das últimas décadas. No fim dos anos 1970, a FGV tinha as finanças combalidas, segundo ele.
Na década seguinte, com redução de verbas e irregularidades em sua distribuição, muitos funcionários competentes saíram por conta de cortes implementados. A partir de meados da década passada, começou a oferta de novos cursos de aperfeiçoamento, ampliando a forma de atuação da instituição.
A virada da situação da FGV para um momento de maior tranquilidade financeira e de avanços educacionais teve um momento peculiar: Leal aproveitava os horários de almoço para trocar informações com suas equipes e antecipar as metas que tinha à frente da FGV. Hoje, a regra a seguir internamente é a qualidade em todos os processos, baseada em um mapa estratégico definido. Segundo Leal, o caminho para melhorar a condição das instituições passa por aumentar a produtividade, além do corte de despesas e ampliação de receitas.
Leal sugeriu aos gestores das universidades que invistam em pesquisas, em áreas diversificadas para dividir o risco em caso de dificuldades com alguma linha de estudo. Segundo ele, um problema comum é quando uma instituição tem recursos limitados e investe tudo numa área apenas.
Grupo de trabalho será criado
Vice-presidente do BRDE, Luiz Noronha comentou que o segmento das universidades já vinha enfrentando dificuldades desde a redução de oferta do Fies (Financiamento Educacional), situação que foi agradava pela Covid-19. Segundo ele, a primeira etapa de um apoio emergencial às instituições até o início de 2021 passa por crédito para capital de giro e reestruturação de dívidas.
Noronha comentou que o endividamento de curto prazo é muito grande em algumas instituições analisadas, vinculado a custeio, e isso “pode se tornar mortal”. Ele sugeriu a criação de um grupo de trabalho emergencial com governo do Estado, Assembleia, bancos e universidades para tratar de assuntos como a preparação de um manual de crédito emergencial para as instituições chegarem aos bancos, a conclusão de um diagnóstico da situação de cada empresa e, a partir disso, oferecer assistência técnica para corrigir problemas de gestão decorrentes da mudança de modelo de negócio e para dar segurança aos bancos de que os compromissos serão honrados. Outro ponto é oferecer infraestrutura de TI para que se preparem para os novos tempos no ensino, além de garantir recursos para capital de giro e restruturação de dívidas.
Presidente do Sinepe (Sindicato do Ensino Privado do RS), Bruno Eizerik questionou se faculdades isoladas, centros universitários, as filantrópicas e com e sem fins lucrativos estariam incluídas na proposta do BRDE. Noronha respondeu que todas as instituições sujeitas a crédito podem participar. Diretor do Banrisul, Osvaldo Lobo Pires falou do desafio que deve estar integrado às discussões, que é melhorar a gestão das universidades. Presidente do Badesul, Jeanette Lontra informou que individualmente tem atendido instituições. “Estamos alinhados e queremos participar, para apoiar as universidades. Isso faz parte da atuação de um banco de fomento. Temos recursos de capital de giro para pequenas, média e grandes empresas. Estaremos junto com BDRE e Banrisul”, informou.
Oto Moerschbaecher, presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Instituições Comunitárias de Educação Superior no Estado do RS (Sindiman), relembrou que o projeto-piloto do Fies nasceu na Unisc e Univates. Com isso, segundo ele, há expertise no setor para buscar soluções para uma travessia pelos próximos 120 dias. Ele destacou que as universidades têm experiência em programas variados de apoio à sociedade para a retomada do crescimento e capacitação de pessoal.
Participaram da reunião, ainda, a presidente do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung) e reitora da Unisc, Carmen Lúcia de Lima Helfer; o ex-ministro da Educação José Henrique Paim, atual diretor do Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da FGV; o secretário de Governança e Gestão Estratégica, Claudio Gastal; além dos deputados Sofia Cavedon (PT), presidente da Comissão de Educação da Assembleia, Frederico Antunes (PP), Gabriel Souza (MDB), Fran Somensi (Republicanos), Carlos Búrigo (MDB), Luiz Henrique Viana (PSDB), Sergio Peres (Republicanos), Dr. Thiago Duarte (DEM), Fábio Branco (MDB), Silvana Covatti (PP), Issur Koch (PP), Franciane Bayer (PSB), Gaúcho da Geral (PSD), e Elizandro Sabino (PTB).
Fonte: Agência de Notícias | Assembleia Legislativa
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