terça-feira, 19 de maio de 2020

Sergio Peres participa da criação de comitê pedagógico da pandemia

Republicano integra Comissão de Educação da Assembleia Legislativa (Foto Celso Bender)

Diante dos problemas enfrentados pela comunidade escolar durante o período da pandemia e os desafios da volta às aulas presenciais, os deputados integrantes da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa decidiram criar um comitê multidisciplinar pedagógico da pandemia. Sergio Peres participou das três horas de debates entre especialistas educacionais e da área da Saúde, autoridades, professores e estudantes, reunidos virtualmente na manhã desta terça-feira (19). A reunião foi mediada pela presidente da Comissão, deputada Sofia Cavedom (PT).

A ata da reunião será transformada num documento/manifesto a ser entregue ao secretário de Educação, Faisal Karam, e ao governador Eduardo Leite. O colegiado também divulgou apoio à campanha nacional pelo adiamento do ENEM e ao projeto de lei que tramita no Congresso Nacional de criação de renda mínima para auxiliar a classe artística brasileira, extremamente afetada pela crise do coronavírus.

Retorno imediato

As manifestações dos participantes da reunião quanto o retorno imediato às aulas foi de desaprovação. A professora Cristianne Rocha, pesquisadora em saúde, da Escola de Saúde Pública da UFRGS, pediu atenção à complexidade da situação. Ela comentou cenários internacionais de abertura e fechamento de escolas e outros ambientes de aglomeração. " A OMS projeta cinco anos com possibilidade de abertura e fechamento de locais sociais", lembrou. Cristianne, professora da escola de Enfermagem na mesma universidade, advertiu que o RS tem déficit de testes para o Covid-19, um dos itens essenciais na volta às aulas.

Ela também falou sobre problemas neste período de aulas domiciliares, como questões de oscilação da Internet, gestão de tempo, adaptação de alunos e professores.

Já a professora Clarissa Aquere Szadkoski, do grupo de mães pelo ensino não presencial durante a pandemia, considera que os estudantes devam ficar em casa, enquanto não houver segurança sanitária. Ela asseverou que as crianças são vetores para grupo de riscos. A educadora sustentou a impossibilidade da manutenção de crianças em distanciamento pessoal durante quatro horas de aula e as interrupção do contato entre crianças e adolescentes dentro da escola.

Aline Kerber, do movimento Pais e Mães pela Democracia, disse que a instituição que representa manifestou-se contrária à volta às aulas perante os riscos atuais. Ela ainda falou sobre a potencialização das desigualdades e o perigo com a chegada do inverno no Estado relacionado a doenças respiratórias crônicas.

A representante do CPERS na reunião, Sonia dos Santos Viana, avalia que na maiorias das mais de 2400 escolas estaduais não há condições de higienização como é referido nos protocolos sanitários por falta de servidores e material de limpeza. "As escolas vão precisar de recursos para aquisição de botas, aventais, máscaras, jalecos", expôs. Ele pediu a contratação de mais funcionários e concurso público. Vera Lessês, também do Cpers, reforçou a necessidade da manutenção dado isolamento como forma de impedimento a discriminação do coronavirus. Ela afirmou que a entidade só é favorável ao retorno as escolas quando o estado, entre outros requisitos, se comprometer a entregar equipamentos de proteção individual.

Estudantes

O representante da Uges, Gê Minhos, duvidou da possibilidade do governo do Estado disponibilizar produtos de limpeza, necessários à higienização das escolas. Ele relatou, ainda, a superlotação das salas de aula e a preocupação com grupo de riscos entre estudantes. A vice-presidente da Une, Alice Bater Viário, mencionou o direito de acesso de todos os estudantes à universidade e a campanha pelo adiamento do ENEM.

Seduc

Questionado pela presidente da Comissão sobre a data da volta às aulas, o representante da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), Paulo Magalhães, garantiu que nao há previsão de data e nada será feito sem a participação das autoridades sanitárias. Ele disse que a Seduc está trabalhando para estabelecer um retorno seguro para professores e estudantes.

A representante do Conselho Estadual de Educação disse que o momento não é o ideal. Também o representante das escolas particulares, Osvino Toillier, disse que não há condições pela volta às aulas e que protocolos de saúde estão em elaboração. A professora Fátima Ehlert, da Famurs, apresentou levantamento realizado pela entidade junto às escolas municipais.

Também participaram da reunião as deputadas Luciana Genro (PSOL) e Silvana Covatti (PP) e os deputados Gaúcho da Geral (PSD), Gabriel Souza (MDB) e Luiz Marenco (PDT).

Fonte: Agência de Notícias da Assembleia Legislativa RS

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