Republicano integra Comissão de Educação da Assembleia Legislativa (Foto Celso Bender) |
Diante
dos problemas enfrentados pela comunidade escolar durante o período
da pandemia e os desafios da volta às aulas presenciais, os
deputados integrantes da Comissão de Educação, Cultura, Desporto,
Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa decidiram criar um
comitê multidisciplinar pedagógico da pandemia. Sergio Peres
participou das três horas de debates entre especialistas
educacionais e da área da Saúde, autoridades, professores e
estudantes, reunidos virtualmente na manhã desta terça-feira (19).
A reunião foi mediada pela presidente da Comissão, deputada Sofia
Cavedom (PT).
A
ata da reunião será transformada num documento/manifesto a ser
entregue ao secretário de Educação, Faisal Karam, e ao governador
Eduardo Leite. O colegiado também divulgou apoio à campanha
nacional pelo adiamento do ENEM e ao projeto de lei que tramita no
Congresso Nacional de criação de renda mínima para auxiliar a
classe artística brasileira, extremamente afetada pela crise do
coronavírus.
Retorno
imediato
As
manifestações dos participantes da reunião quanto o retorno
imediato às aulas foi de desaprovação. A professora Cristianne
Rocha, pesquisadora em saúde, da Escola de Saúde Pública da UFRGS,
pediu atenção à complexidade da situação. Ela comentou cenários
internacionais de abertura e fechamento de escolas e outros ambientes
de aglomeração. " A OMS projeta cinco anos com possibilidade
de abertura e fechamento de locais sociais", lembrou.
Cristianne, professora da escola de Enfermagem na mesma universidade,
advertiu que o RS tem déficit de testes para o Covid-19, um dos
itens essenciais na volta às aulas.
Ela
também falou sobre problemas neste período de aulas domiciliares,
como questões de oscilação da Internet, gestão de tempo,
adaptação de alunos e professores.
Já
a professora Clarissa Aquere Szadkoski, do grupo de mães pelo ensino
não presencial durante a pandemia, considera que os estudantes devam
ficar em casa, enquanto não houver segurança sanitária. Ela
asseverou que as crianças são vetores para grupo de riscos. A
educadora sustentou a impossibilidade da manutenção de crianças em
distanciamento pessoal durante quatro horas de aula e as interrupção
do contato entre crianças e adolescentes dentro da escola.
Aline
Kerber, do movimento Pais e Mães pela Democracia, disse que a
instituição que representa manifestou-se contrária à volta às
aulas perante os riscos atuais. Ela ainda falou sobre a
potencialização das desigualdades e o perigo com a chegada do
inverno no Estado relacionado a doenças respiratórias crônicas.
A
representante do CPERS na reunião, Sonia dos Santos Viana, avalia
que na maiorias das mais de 2400 escolas estaduais não há condições
de higienização como é referido nos protocolos sanitários por
falta de servidores e material de limpeza. "As escolas vão
precisar de recursos para aquisição de botas, aventais, máscaras,
jalecos", expôs. Ele pediu a contratação de mais funcionários
e concurso público. Vera Lessês, também do Cpers, reforçou a
necessidade da manutenção dado isolamento como forma de impedimento
a discriminação do coronavirus. Ela afirmou que a entidade só é
favorável ao retorno as escolas quando o estado, entre outros
requisitos, se comprometer a entregar equipamentos de proteção
individual.
Estudantes
O
representante da Uges, Gê Minhos, duvidou da possibilidade do
governo do Estado disponibilizar produtos de limpeza, necessários à
higienização das escolas. Ele relatou, ainda, a superlotação das
salas de aula e a preocupação com grupo de riscos entre estudantes.
A vice-presidente da Une, Alice Bater Viário, mencionou o direito de
acesso de todos os estudantes à universidade e a campanha pelo
adiamento do ENEM.
Seduc
Questionado
pela presidente da Comissão sobre a data da volta às aulas, o
representante da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), Paulo
Magalhães, garantiu que nao há previsão de data e nada será feito
sem a participação das autoridades sanitárias. Ele disse que a
Seduc está trabalhando para estabelecer um retorno seguro para
professores e estudantes.
A
representante do Conselho Estadual de Educação disse que o momento
não é o ideal. Também o representante das escolas particulares,
Osvino Toillier, disse que não há condições pela volta às aulas
e que protocolos de saúde estão em elaboração. A professora
Fátima Ehlert, da Famurs, apresentou levantamento realizado pela
entidade junto às escolas municipais.
Também
participaram da reunião as deputadas Luciana Genro (PSOL) e Silvana
Covatti (PP) e os deputados Gaúcho da Geral (PSD), Gabriel Souza
(MDB) e Luiz Marenco (PDT).
Fonte: Agência de Notícias da Assembleia Legislativa RS
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