segunda-feira, 27 de março de 2017

CEFSIP em Guaíba

Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba recebe visita técnica da CEFSIP

Chefe de Segurança Rose Rangel, Missionário Volnei, diretora Adriana Gós e Peres

Os deputados Sergio Peres (PRB) e Missionário Volnei (PR) estiveram nesta segunda-feira (27) em Guaíba com o intuito de verificar as condições estruturais da Penitenciária Estadual Feminina para o trabalho de assistência espiritual oferecido às 265 mulheres que atualmente cumprem pena de privação de liberdade no estabelecimento. A visita técnica integra as atividades da Comissão Especial para tratar da função social das Igrejas nos Presídios e Centros de Tratamento de Drogadição do Rio Grande do Sul (CEFSIP), criada em novembro do ano passado no Legislativo gaúcho para buscar soluções aos entraves estruturais e burocráticos enfrentados pelos evangelizadores nesses locais. O colegiado presidido por Sergio Peres tem prazo até maio para ter aprovado em plenário relatório de trabalho a ser apresentado pelo relator Missionário Volnei.

“São os homens de preto?” “É dos Direitos Humanos?” As perguntas gritadas que se ouvem das galerias denota o cotidiano de espera das detentas por algum indicativo institucional que sinalize a possibilidade de um novo rumo no cumprimento da pena. De acordo com a administração do presídio, a maioria das apenadas frequentam as reuniões de auxílio espiritual oferecidas aos sábados no pátio da prisão por quatro instituições religiosas, que se alternam a cada semana. O estabelecimento também conta com Núcleo Estadual de Ensino de Jovens e Adultos (Neeja), que oferece Ensino Fundamental.

Segundo a diretora Adriana Gós da Silva, já houve parceria com a iniciativa privada para a confecção de roupas. Mas desde o fechamento da empresa, as atividades laborais no presídio são de demanda interna, como a cozinha, que conta com mão de obra carcerária. Recentemente foi disponibilizado curso de corte e costura e o maquinário deverá permanecer na casa prisional, o que alimenta a esperança das detentas e da administração em aparecer empresas dispostas a estabelecer convênio com a Penitenciária. “Além de ser uma mão de obra barata, há vantagem direta para a imagem social da empresa que gera trabalho e renda às detentas. E quando uma egressa da carceragem está apta a exercer uma profissão, há ganhos não só a ela e a sua família, mas a toda a sociedade”, avalia o delegado da 9ª DPR Ricardo Cassal, que acompanhou a visita.

Somado ao baixo efetivo de servidores na Penitenciária de Guaíba, a população carcerária feminina tem perfil que exige mais esforço à administração, conforme relatam a chefe de Segurança Rose Rangel e a auxiliar Simone Naressi. “Elas têm necessidades diferenciadas, especialmente no que diz respeito a material de higiene. A demanda é bem superior que a masculina e não haveria condições de atender, ainda que de forma precária, não fosse a arrecadação em campanhas que a gente faz”, afirma Rose. A agente também lembrou que o auxílio espiritual se faz ainda mais necessário hoje, já que as mulheres têm ingressado na prisão cada vez mais jovens, e de personalidade mais agitada.

Na próxima sexta-feira  (31) o Presídio Regional de Santa Cruz do Sul receberá a visita dos parlamentares. A Comissão também estará em um dos presídios da 1ª DPR no dia 3 de abril e no dia 10 uma audiência pública reunirá parlamentares, representantes do Poder Público e instituições religiosas na sede do Ministério Público Estadual.

Jorn. Karine Bertani - MTE 9427 |  Assembleia Legislativa


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