Comissão vai propor emendas ao PL do Executivo que prorroga contratos emergenciais
Reunida em audiência pública virtual, na manhã desta terça-feira (17), para discutir a defesa dos trabalhadores e trabalhadoras com contratos temporários na rede estadual de educação do RS, a Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa, foi surpreendida pela informação de que o Governo do Estado protocolou, na última sexta-feira (13), o projeto de lei 253/2020, que trata da prorrogação de contratos emergenciais de servidores até 2021.
Ao saber da existência do projeto governamental pelo vice-presidente da Comissão, deputado Issur Koch (PP), a presidente do colegiado, deputada Sofia Cavedon (PT), sugeriu a transformação do anteprojeto sobre o tema, elaborado em conjunto pelo órgão técnico da Assembleia, CPERS/Sindicato e Comitê das Contratadas pelo Estado, fosse transformado em emendas da Comissão à proposta apresentada pelo Executivo Estadual. A deputada propôs especificamente três pontos a serem incorporados ao PL 253/2020: ampliação do prazo de um ano para cinco de contrato; a criação de regras para o desligamento do servidor contratado e a valorização do tempo de serviço contratual em futuros concursos públicos.
"Mais uma vez o governo do Estado é desrespeitoso com o trabalho da Comissão e envia para Assembleia um projeto, com prazo de 30 dias para ser votado, sem comunicar os deputados que estavam produzindo um texto sobre o assunto, ouvindo professores e servidores de escola", assinalou a deputada Sofia Cavedon.
A existência de matéria sobre a prorrogação dos contratos emergenciais pautou as manifestações dos participantes da audiência. A representante do Comitê das Contratadas pelo Estado, Vanessa Tschechozti, mostrou-se indignada com a proposta governamental. "Um desrespeito do governo", afirmou. Outro representante do Comitê, Fabio André Pereira, defendeu a renovação dos contratos de cinco em cinco anos, a efetivação dos contratados e a valorização do funcionalismo público. "Nao podemos aceitar a marginalização do serviço publico", argumentou.
Também se manifestaram defendendo a ampliação do prazo dos contratos emergenciais o professor Lucas Bertom e a advogada Marilinda Fernandes. A juiza Valdete Severo sustentou a necessidade de concursos públicos e de um mínimo de garantias para os trabalhadores. Ela destacou que a educação deve ser prioridade na construção da sociedade. O vice-presidente do Cpers/Sindicato, Edson Garcia, afirmou que hoje professores e servidores de escolas contratados vivem numa fragilidade criminosa.
Encaminhamentos
Além da transformação do anteprojeto em emendas ao PL dos Contratos Emergenciais, a audiência pública recomendou a realização de nova audiência pública sobre o tema antes da votação do PL do Executivo e a realização de um seminário sobre a precarização do trabalho de servidores públicos no RS.
Ordem do dia
Antes da audiência pública, os deputados aprovaram, em cumprimento a pauta da Ordem do Dia da reunião ordinária virtual, pareceres favoráveis aos projetos de lei 54/2017 e 105/2020.
O projeto de lei 54/2017, de autoria do deputado Gabriel Souza (MDB), reconhece como de relevante interesse cultural e turístico do Estado do Rio Grande do Sul a rapadura produzida no Município de Santo Antônio da Patrulha. O parecer favorável do deputado Sergio Peres obteve a concordância de oito parlamentares presentes à reunião.
Também foi aprovado, por unanimidade, o parecer favorável do deputado Luiz Marenco (PDT) ao PL 105/2020, da deputada Sofia Cavedon (PT). O projeto institui a política emergencial de apoio ao setor cultural por bancos e empresas públicas estaduais do RS.
Assuntos Gerais
No período destinado a Assuntos Gerais da reunião, os parlamentares ouviram a apresentação de programas aplicados este ano pela Secretaria Municipal de Educação de Santana do Livramento para enfrentar problemas provocados pelo fechamento das escolas em virtude da pandemia pela Covid-19.
A professora e pedagoga da secretaria municipal de Livramento, Marcia Angelina Trinidad, disse que um dos projetos se preocupava com a saúde emocional dos professores, sem preparo para aulas fora do contexto presencial. Conforme ela, foi elaborado um ciclo de conversas entre os professores e profissionais da área da saúde para tranquilizar os educadores. Outro projeto implantado foi o de criar atividades para alunos especiais, unindo professores, especialistas e pais. Este projeto, assinalou Márcia, atingiu mais de 90% das crianças assistidas pela rede municipal de educação, com aprovação e participação efetiva fora da sala de aula. Este projeto deve ter continuidade nos próximos anos, com a aplicação de um processo híbrido de ensino.
A professora e psicopedagoga Adriana Vieira Gonçalves La Regina explicou que o fechamento das escolas causou enorme ansiedade nos trabalhadores em educação, alunos e pais. Ela destacou que apesar de não estarem estruturados para o ensino remoto, os professores nunca deixaram de trabalhar. Nem mesmo as dificuldades impostas pela carência de sinal de rede para Internet, desestimulou o trabalho dos professores, assegurou Adriana.
Participação
Participaram da reunião ordinária e da audiência pública virtual as deputadas Sofia Cavedon (PT), presidente, Luciana Genro (Psol) e os deputados Issur Koch (PP), Sergio Peres (Republicanos), Gaúcho da Geral (PSD), Ruy Irigaray (PSL), Rodrigo Maroni (Pros) e Luiz Marenco (PDT).
Fonte: Agência de Notícias | Foto: Reprodução / ALRS
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