Peres quer impedir fechamento
de classes especiais para surdos
O
risco de extinção de classes especiais para surdos na Escola
Estadual Rosário de Surdos de Santa Cruz do Sul levou o deputado
Sérgio Peres (PRB) ao município nesta segunda-feira (1º) para
audiência com a diretoria, funcionários e integrantes da comunidade
surda.

“Muitos
estudos já demonstraram que o processo de aprendizagem pleno se dá
quando se respeita a língua do aluno, e no caso dos surdos é a
Libras, que é uma língua oficial brasileira. O Executivo Estadual
precisa respeitar as diferenças e compreender que todos têm o
direito de acesso à educação”, protestou o professor Cristian
Strack, representante da comunidade surda estadual, que também
participou do encontro.
“O
fechamento das classes para surdos representa um retrocesso para a
educação e para a cidadania dos surdos. As políticas de inclusão
têm sido elaboradas por uma perspectiva dos ouvintes e não dos
surdos que, quase sempre, são ignorados nesse processo. O que
conseguimos avançar com muita luta está sendo tirado de forma
arbitrária, sem a participação dos principais interessados”,
lembrou a diretora da Escola Estadual Pe Reus de Esteio, Lucimeia
Gall Koning.
Peres
prontificou-se em levar, com representantes da comunidade surda, a
questão ao secretário de Educação do RS Vieira da Cunha.
“Misturar turmas tendo-se a língua portuguesa como principal forma
de comunicação nos faz questionar se a inclusão significa integrar
o surdo realmente. Eu tenho aprendido com o relato dos surdos que a
expressão correta para as experiências desenvolvidas não é
inclusão, e sim uma forçada adaptação com a uma situação
imposta”, aduz o parlamentar.
Sobre
a Libras
A
Libras é a língua de sinais reconhecida pela Lei nº 10.436 de 2002
como meio de comunicação e expressão de comunidades de surdos do
Brasil, e está incluída no grupo das línguas oficiais
brasileiras.
Classificá-la
como língua foi possível porque ela preenche requisitos
científicos, como o funcionamento gramatical e enunciativo próprio
e está associada a uma produção discursiva específica. A
caracterização de Libras como brasileira está de acordo com o fato
de que ela é diferente de outras línguas de sinais praticadas em
outros países.
O
reconhecimento de Libras como sendo a língua da comunidade de
pessoas surdas do Brasil, trouxe consigo regulamentações que
procuram garantir a sua circulação no território nacional. Dessa
maneira, a lei também passa a incidir sobre o funcionamento de
instituições, de forma a garantir que o poder público em geral e
empresas concessionárias de serviços públicos como saúde,
segurança e educação desenvolvam formas de apoiar o seu uso e sua
difusão.
Fonte: Jorn. Karine Bertani - MTE 9427 | Assembleia Legislativa
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